quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Quais Os Riscos

            Em relação às campanhas de prevenção, o modo mais eficiente seria promover simultaneamente a atualização dos conhecimentos dos professores e a educação dos estudantes por meio de palestras e. Assim, os professores poderiam auxiliar na propagação da campanha de prevenção, oferecendo aos estudantes um espírito de parceria e assessoria com seus problemas, dúvidas e dificuldades em relação ao tema, bem como identificar precocemente nos estudantes os principais fatores de risco que levariam ao uso de alucinógenos. Entretanto, como nem sempre o uso desse tipo de drogas é por causa de um motivo específico, podendo ser simplesmente por curiosidade ou diversão, somente a conscientização dos professores é insuficiente. Os estudantes precisam saber que, apesar de poderem propiciar um momento inspirador, os riscos ainda existem.
            Um meio interessante de conscientizar os estudantes seria logo na sua entrada na universidade, promovendo, no dia da matrícula ou na semana do calouro, campanhas de prevenção e divulgação das principais informações sobre os alucinógenos e seus riscos. Para tentar levar o assunto mais perto dos estudantes, seria possível elaborar projetos de prevenção juntamente com os centros e diretórios acadêmicos, bem como com as atléticas. Além disso, a implantação de aulas específicas sobre os alucinógenos poderia auxiliar na divulgação do conhecimento sobre o tema. Esses projetos devem sempre enfatizar a questão da não necessidade do uso dos alucinógenos para resolver os problemas pessoais nem para ser uma pessoa mais criativa.
            E já existem evidências de que projetos desse tipo realmente funcionam, como é o caso do Programa de Prevenção e Tratamento do Uso de Drogas na USP (Produsp), que durante anos desenvolveu projetos desse tipo na Universidade de São Paulo.
            Os estudantes da área da saúde, mais especificamente os de medicina, deveriam ser os “alvos” mais constantes dessas campanhas de conscientização, isso por dois motivos principais: primeiro porque eles deverão estar preparados para enfrentar casos como o de uso de alucinógenos em sua prática clínica, e para isso, precisam conhecer os principais efeitos das drogas e o que podem causar, além de saberem encaminhar o paciente corretamente após uma consulta; segundo porque já foi constatado em 1991 em um estudo feito em universidades norte-americanas, que o uso de psicodélicos é maior entre os estudantes de medicina do que entre os outros jovens da mesma faixa etária. Assim, um preparo psicológico mais intenso sobre os riscos da profissão e como enfrentar os problemas auxiliaria os futuros médicos a evitar o uso das drogas.


1.     RISCOS LEGAIS: de acordo com a nova Lei Antidrogas
USUÁRIO

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, portar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I. advertência sobre os efeitos das drogas;
II. prestação de serviços à comunidade;
III .medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1 o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

Art.33
§ 2 o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:
Pena detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. 

§ 3 o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:

Pena detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

TRAFICANTE

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Pena reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

Resumindo, a nova lei não legalizou nenhuma droga, apenas diminuiu a pena dos usuários. Já os traficantes passaram a cometer crime classificado como “hediondo” e tem a pena aumentada. Atenção especial para o Art.33 que penaliza a típica cena de oferecer droga a um amigo.
A lei vale para qualquer pessoa, portando, qualquer droga ilícita dentro do território brasileiro.
Já o uso do chá Ayahuasca em rituais religiosos foi legalizado pelo CONAD (Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas) em janeiro de 2010.

2.     Riscos Psicossociais


Drogas alucinógenas, tanto naturais como sintéticas, para a maior parte dos usuários, são utilizadas para diversão. Quando o consumo é excessivo, o individua apresenta alterações psiquiátricas e muitos deles são confundidos como vitimas de esquizofrenias e amnésias até internações em clinicas de desintoxicação ou manicômios psiquiátricos, e por fim à morte por fatores diversos associados ao vício. Usuários de quaisquer drogas são estigmatizados pela sociedade, a qual faz vistas grossas para uma doença que se alastra por todas as classes sociais. Muitos chás alucinógenos utilizados com fins religiosos são tidos como drogas, pois indivíduos usam como recreação e associam a droga com bebidas alcoólicas.
Quando são empregadas com o objetivo de lidar com os “problemas da vida” podem levar a um padrão de uso compulsivo, caracterizando uma síndrome de dependência, com características das síndromes causadas pelas outras drogas de uso constante, como a cocaína ou a nicotina.
Felizmente a grande maioria dos usuários faz uso somente recreativo ou ocasional destas drogas. Mesmo entre os usuários crônicos o uso raramente é superior a duas a três vezes por semana. Porém traz consequências para o organismo, além do julgamento moral da sociedade.
Drogas alucinógenas são perturbadoras do sistema nervoso central e as alterações dependem da personalidade de cada pessoa. 




3.     RISCOS BIOLOGICOS
            Drogas psicodélicas causam efeitos que imitam casos de psicose, para isso perturbam o SNC e causando mudanças qualitativas, fazendo com que o sistema funcione fora do seu normal. Entretanto a maiorias dessas drogas não causam dependência física, apenas psicológica, pois o usuário usa a droga como resposta a qualquer situação de estresse, para viver permanentemente em uma realidade alternativa.  Os efeitos mais comuns do abuso de alucinógenos em curto prazo são ataques de pânico, perda do apetite, aumento da pressão arterial, da libido e da temperatura corporal, podendo levar a um estado de hipertermia. A maioria dos alucinógenos também desencadeia casos de psicose permanente em pessoas com predisposição a doença. Em longo prazo cada tipo de droga gera um sintoma diferente.

LSD: o sintoma mais comum é o “flashback” que faz com que o usuário tenha alucinações aleatórias durante o mês seguinte ao uso, mas pode se manifestar ainda por anos após o uso. A droga também afeta a percepção da dor, extinguindo o senso de autopreservação e aprendizado, o que faz o usuário acreditar ser capaz de coisas impossíveis, como saltar de 20 metros de altura ou parar um carro com as mãos. O LSD também interrompe a ação de varias células nervosas. Não se sabe exatamente o que uma overdose pode causar pois a droga é muito imprevisível e funciona de maneira diferente em cada organismo.

Ecstasy: por ter também um efeito estimulante e ser usado em festas de elevado esforço físico existem grandes chances de ocorrer um ataque cardíaco. Nos dias após o uso o dependente  se sente ansioso, fatigado, depressivo e tem dificuldades para se concentrar. Após um abuso prolongado da droga as células neuronais sofrem danos permanentes o que leva a perturbação mental, dificuldade de tomar decisões e de acessar a memória, depressão profunda, alucinações, perda do autocontrole e ate mesmo morte súbita por colapso. A droga também afeta o fígado, podendo causar uma hepatite fulminante.

Ayahuasca: durante ou logo após o uso pode causar náuseas, vomito, diarreia, tremores e taquicardia. Em pessoas com predisposição a doença pode desencadear uma psicose permanente.

Benflogin: após uso pode causar sonolência, tontura e irritação gástrica. Após o abuso prolongado pode levar a formação de ulceras, gastrite, sangramento intestinal, convulsões e falência renal.

Cogumelos: o maior risco é que muitos além de alucinógenos podem ser venenosos levando a morte do usuário. Além disso, causam náuseas, vômitos e dor de estômago.

Lírio: o maior risco do uso desta e de outras plantas anticolinérgicas é a dosagem, pois o chá de uma flor pode não ter efeito em um individuo enquanto a mesma dose pode levar ao óbito por overdose em outra pessoa.

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