Além da divisão dos alucinógenos em naturais e sintéticos, é possível dividi-los em derivados da fenetilamina (como mescalina e ecstasy) e derivados da triptamina (como LSD, DMT e psilocibina). Os derivados da triptamina se ligam seletivamente a receptores de serotonina na superfície externa dos neurônios, mimetizando os efeitos desse neurotransmissor, como a percepção e avaliação do meio e a capacidade de resposta aos estímulos ambientais, bem como o controle da liberação de alguns hormônios e a regulação do ritmo circadiano, do sono e do apetite. Já as fenetilaminas têm afinidade pelos receptores de dopamina, embora se liguem em menor grau aos mesmos locais em que atuam as triptaminas. A dopamina é um neurotransmissor que, entre outros efeitos, promove a sensação de prazer e a sensação de motivação. É estimulante do sistema nervoso central. A dopamina está por trás da dependência do jogo, do sexo, do álcool e de outras drogas.
LSD
A partir de relatos de usuários de LSD é possível descrever os efeitos da droga como predominantemente alucinações visuais, com alteração da percepção visual, intensificação das cores e luzes do ambiente, sinestesia formas e contornos alterados e delírios (geralmente estes são de natureza persecutória ou de grandiosidade)O LSD atua produzindo uma série de distorções no funcionamento do cérebro, trazendo como conseqüência uma variada gama d alterações psíquicas. A experiência, não somente do LSD, mas dos alucinógenos de forma geral, depende da personalidade do usuário, das suas expectativas em relação a droga e do ambiente onde ela é ingerida. As pessoas classificam suas experiências em duas classes: boas (sensação de euforia, excitação, atividade) e más (depressão, pânico, ilusões assustadoras).
O maior perigo do LSD não são suas conseqüências físicas, mas sim as psicológicas, pois a pessoa perde a habilidade de perceber e avaliar situações de perigo, como durante um delírio de grandiosidade em que o usuário se acha capaz de voar pela janela, parar um carro ou andar sobre a água; ou então em um delírio de perseguição, quando o usuário pode agredir pessoas por acharem que estão tramando contra ele. Outra conseqüência do uso de LSD é analisada em usuários que, mesmo após pararem de usar a droga, apresentavam longos períodos de ansiedade muito grande, depressão ou mesmo acessos psicóticos. O “flashback” é outra seqüela do uso de LSD, em que o usuário, semana ou meses após uma experiência, repentinamente passa a ter todos os sintomas psíquicos daquela experiência anterior, isso sem ter tomado de novo a droga.
Essa droga não leva comumente a dependência física e não há descrição de síndrome de abstinência se um usuário crônico para de usar a droga. Entretanto, o LSD pode provocar dependência psicológica, uma vez que a pessoa que habitualmente usa essa substância acaba por se alienar da realidade, aprisionando-se no “paraíso na Terra”.
ECSTASY
Essa droga apresenta efeitos perturbadores (mudança na percepção da realidade), e alguns efeitos estimulantes, além de ser considerada um alucinógeno (embora menos intenso se comparado a outros alucinógenos). Semelhante a outras drogas, os efeitos do êxtase dependem do lugar e do momento em que foi usado. O ambiente mais comum para o consumo é o de clubes noturnos e raves. Além disso, o ecstasy faz com que as pessoas consigam se perceber melhor e a gostar mais de si mesmas. Após o uso, muitos usuários também relatam ter um episódio depressivo nos dias após o uso do êxtase. Fadiga e insônia também são comuns.As principais complicações do ecstasy são: o aumento da temperatura corporal (causado pela droga e pela pratica vigorosa de dança) e a intoxicação por água (com o aumento da temperatura, a ingestão de água é necessária, entretanto, um dos efeitos do êxtase é liberar o hormônio antidiurético, impedindo a liberação dessa água, e se for ingerida água em excesso, ela pode se acumular no organismo). Além disso, com o uso prolongado, as pessoas podem apresentar problemas hepáticos, icterícia, problemas cognitivos, problemas psiquiátricos (incluindo a esquizofrenia, o pânico e a depressão).
O consumo dessa droga aparenta estar relacionado à musica eletrônica, em um contexto de festa e dança, e mais restrito aos jovens de classes sociais privilegiadas (média-alta e alta).
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